A Incrível Almadense ao longo da sua
história, que já atravessa três séculos, sempre se assumiu como uma Associação
Popular, sem elitismos e com uma massa associativa composta, maioritariamente,
por operários.
Esta poderá ser a explicação mais plausível
para o facto da biblioteca da Incrível só ter sido fundada a 4 de Outubro de
1931, oitenta e três anos depois da sua fundação, durante a comemoração de mais
um aniversário.
Claro que existem outras explicações, da qual
não nos podemos desviar, como o elevado grau de iliteracia dos portugueses. Num
país com grandes índices de analfabetismo, é perfeitamente compreensível que a
existência de uma biblioteca numa colectividade popular, estivesse longe de ser
uma prioridade.
Neste começo da década de trinta não existia
qualquer biblioteca pública ou associativa na Vila de Almada, que estivesse acessível à população, o que
só enaltece a importância deste acto tão significativo a nível Cultural.
João Luís da Cruz, durante o discurso que
proferiu na inauguração solene da biblioteca fez diversas considerações sobre a
importância social daquele espaço de cultura popular, formulando votos para o
desenvolvimento da biblioteca, numa terra onde não existia qualquer biblioteca
colectiva, sem deixar de referir que o seu progresso dependeria do amor de
todos aqueles que souberem aquilatar o valor de tal obra e as suas
consequências de ordem moral e intelectual na Incrível e na Vila de Almada.
O Acto de Inauguração da Biblioteca foi
assinado por 61 individualidades, onde constavam alguns dos nomes mais
importantes ligados à colectividade e ao concelho.